Algumas horas antes de realizar os ataques que massacraram pelo menos 93 pessoas na Noruega, Anders Behring Breivik, 32, publicou um horripilante manifesto anti-islâmico de 1.500 páginas. Intitulado “2083 - Uma Declaração de Independência da Europa”, o documento transborda de ódio e denuncia a “islamização da Europa Ocidental”. Mas os alvos do ataque cuidadosamente selecionados foram edifícios do governo trabalhista e um grupo de jovens noruegueses da mesma filiação partidária.
[...] o discurso racial, seja ele antissemita ou islamofóbico, possui uma relação mais estreita com o grupo que o professa do que com a sua vítima. Chega, em alguns casos, a prescindir da vítima, sendo capaz de criá-la à sua conveniência como a imagem oposta de tudo aquilo que ele mesmo deseja ser, o espelho invertido da fantasia de si mesmo. É claramente no racista que devemos buscar a explicação do racismo.
A imagem que ele faz do suposto “perigo islâmico” cumpre função central ao transformar os imigrantes islâmicos em bodes expiatórios dos males europeus, com o desemprego encabeçando a longa lista. | Trechos do artigo de Arlene Clemesha. Leia-o completo aqui
Outras opiniões:
Aslak Sira Myhre: Tragédia da Noruega deve levar Europa a agir contra extremismo.
Raphael Douglas: A Noruega e a tolerância multiculturalista.
Marcelo Sener: Noruega ensina que racismo não pode ser visto como folclore.
Vladimir Safatle: Um fantasma na Europa.
Leonardo Boff: Ainda o fundamentalismo.
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