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10.1.12

"A PM paulista sabe lidar com seres humanos?"



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Parte das respostas pode estar incrustrada sob o velho argumento de que foi só um caso isolado.

Não foi. A agressão ao estudante da USP, assim como as agressões diárias sofridas por quem não tem sequer carteira de estudante para se defender de bordoadas, é a crônica de uma guerra anunciada. A fórmula? Basta colocar policiais armados querendo mostrar serviço numa área pacificada.

O sargento Ferreira tinha autorização para cumprir sua função. É em agentes públicos como ele (o mesmo sargento que estranha ao ver um negro se apresentar como estudante) que o governo paulista dá a incumbência de levar segurança e civilidade para as ruas e, agora, para o campus.  Ele era o braço autorizado do Estado para atuar naquele instante. Para isso foi treinado e orientado. E se tem algo que militar sabe fazer melhor que qualquer outro profissional é cumprir ordem e obedecer.

O que só leva a uma conclusão: a manifestação de truculência e covardia captada pela câmera não é um caso isolado. É um direito outorgado ao sargento Ferreira ao longo dos 181 anos de uma corporação que hoje envergonha seu próprio estado.

Para ler integralmente o texto de Matheus Pichonelli, acessar revista CartaCapital