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24.10.12

Cidade para quem anda a pé

A jornalista Natália Garcia, idealizadora do projeto Cidade para Pessoas, está percorrendo várias metrópoles do mundo para apontar boas práticas e conceitos que têm melhorado as cidades para seus moradores. E nas suas andanças ela vem coletando e elencando alguns bons exemplos que podem facilitar a vida de quem caminha. E entre algumas ideias presenciadas por ela (publicadas pela Gazeta do Povo) estão:

  • Colocar mapas pela cidade que situem o pedestre. “Em Londres, tem um totem com um mapa a cada três quilômetros, mostrando as direções e tudo o que há num raio de cinco quilômetros. É uma placa que te ensina a andar a pé. No Brasil, só sinalizamos a cidade para carros.”
  • Infraestrutura de qualidade, com calçadas acessíveis, que não estejam quebradas, sejam bem iluminadas e tenham tamanho adequado para circulação.
  • Movimentos que ocupem a rua. Em Paris existem vários passeios temáticos a pé pela cidade, o que ajuda o cidadão a ter uma outra relação com o espaço.
  • Ruas fechadas para a cultura. Em Bogotá, a avenida principal é bloqueada aos domingos para manifestações artísticas, o que contribui para que um motorista, por exemplo, se transforme em um pedestre eventual, o que gerará mais tolerância ao dirigir.
  • Criar continuidade para pedestres no planejamento urbano. Ou seja, quem está andando nunca deve ficar sem espaço. As ruas de Copenhague (Dinamarca), são um bom exemplo.

A propósito, no site do projeto ela nos conta que em Copenhague uma das prioridades da prefeitura da capital dinamarquesa é fazer a rua ser mais agradável para os pedestres e aumentar o número de pessoas se locomovendo a pé. E a estrutura de governança da prefeitura permite que esse tipo de prioridade realmente seja refletida na cidade. Tanto que um dos setores da secretaria de meio ambiente da cidade chamado Departamento de Vida Urbana estabeleceu o conceito de que vida urbana é a experiência, a expressão e o movimento gerados pelos encontros entre pessoas na cidade.

Nesse sentido, buscando melhorar a qualidade de vida dos moradores e visitantes de Copenhague, o Departamento de Vida Urbana estabeleceu entre seus objetivos maiores o “aumento dos deslocamentos a pé”. E para atingir a meta estabelecida foram planejadas as seguintes práticas de:

  • mais áreas verdes
  • mais calçadas
  • melhorar a limpeza nos espaços públicos
  • melhor qualidade de ar
  • melhor iluminação
  • mais segurança em relação ao crime e ao tráfego de veículos
  • mais informação sobre como percorrer a cidade a pé
  • mais faixas de pedestres
  • melhor pavimentação das ruas e calçadas
  • melhor integração com o transporte público
  • desenvolver a cultura de que a cidade PODE ser percorrida a pé

São ações relativamente simples. E o caminho para colocadas em praticas, como defende Natália Garcia, implica  uma nova visão de administração política, assim como uma nova demanda de nós, cidadãos e cidadãs: uma demanda por uma cidade para as pessoas.