Gerações à frente,
olharemos para trás e diremos: Como pudemos fazer este tipo de coisa com as
pessoas? Manish Jain
Se você quisesse transformar uma antiga cultura numa
geração, como você faria isso? Você mudaria o jeito de educar as crianças.
O governo estadunidense sabia disso quando, no século 19,
forçou as crianças americanas nativas a entrarem nas escolas governamentais.
Hoje, voluntários constroem escolas em sociedades tradicionais pelo mundo
afora, convencidos que a escola é o único caminho para uma vida “melhor” para
crianças indígenas.
Mas isso é verdade? O que realmente acontece quando nós
trocamos um conhecimento de uma cultura tradicional pelo nosso? A vida
realmente fica melhor para essas pessoas?
O documentário Escolarizandoo Mundo: O Último Fardo do Homem Branco aceita um desafio, às
vezes engraçado, mas ao final profundo, de olhar, problematizando, o papel da
moderna educação na destruição das últimas culturas sustentáveis do mundo.
Lindamente gravado no local da cultura budista de Ladakh, no extremo norte dos Himalaias indianos, o documentário entrelaça as vozes das pessoas de Ladakh com conversas entre quatro pensadores originais cuidadosamente escolhidos; o antropólogo e etnobotânico Wave Davis, um explorador da revista National Geografic; Helena Norberg-Hodge e Vandana Shiva, ambas ganhadoras do Prêmio Right Livehood pelos seus trabalhos com povos tradicionais na Índia; e Manish Jain, arquiteto de programas de educação da UNESCO, USAID, e do Banco Mundial.
O filme examina o pressuposto escondido da superioridade
cultural por trás dos projetos de ajuda educacionais, que, no discurso,
procuram ajudar crianças a “escapar” para uma vida “melhor”.
Aponta a falha da educação institucional em cumprir a
promessa de retirar as pessoas da pobreza – tanto nos Estados Unidos quanto no
chamado mundo “em desenvolvimento”.
E questiona nossas definições de riqueza e pobreza – e de
conhecimento e ignorância – quando desmascara o papel das escolas na destruição
do conhecimento tradicional sustentável agroecológico, no rompimento das
famílias e comunidades, e na desvalorização das tradições espirituais
ancestrais.
Escolarizando o Mundo faz um
chamado por um “diálogo profundo” entre as culturas, sugerindo que nós temos,
ao menos, tanto a aprender quanto a ensinar, e que essas sociedades
sustentáveis ancestrais podem ser portadoras do conhecimento que é vital para
nossa própria sobrevivência.
Uma provocação/reflexão oportuna sobre a imposição da
educação-cultura ocidental em detrimento dos conhecimentos milenares e das
tradições sustentáveis dos povos originários; com o fim último de manter um
modelo único e perverso de sociedade....
É, tristemente, seguimos assim... Little Boxes... on thehillside...
É, tristemente, seguimos assim... Little Boxes... on thehillside...