Depois do post sobre hermenêutica, lembrei do trecho de uma crônica do Luis Fernando Veríssimo, na qual brinca com certas palavras, ao dizer que têm o significado errado, passando a atribuir a elas sentidos diferentes... E uma palavra com a qual ele caçoa artisticamente, inventando outro sentido, é “hermeneuta”:
“Hermeneuta deveria ser o membro de uma seita de andarilhos herméticos. Onde eles chegassem, tudo se complicaria.
– Os hermeneutas estão chegando!
– Ih, agora é que ninguém vai entender mais nada...
Os hermeneutas ocupariam a cidade e paralisariam todas as atividades produtivas com seus enigmas e frases ambíguas. Ao se retirarem deixariam a população prostrada pela confusão. Levaria semanas até que as coisas recuperassem o seu sentido óbvio. Antes disso, tudo pareceria ter um sentido oculto.
– Alô...
– O que é que você quer dizer com isso?”
Que coisa hein! E se o Luis Fernando Verissimo tivesse razão...
Ah, essa crônica dele – que é completamente hilária! – leva o título de “Defenestração” e merece ser lida na integra, podendo ser encontrada no livro “O Analista de Bagé” (se me lembro bem?), ou achada simplesmente dando uma googlada.
É isso, valeu!
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