29.6.10
G-20: nada de novo, no Canadá
No fim da reunião de cúpula do G-20, realizada no Canadá, neste final de semana, a chanceler alemã, Angela Merkel, anunciou que todos os países comprometeram-se a reduzir pela metade os seus défices até 2013. Já a proposta de criação de um imposto global sobre transações financeiras não foi aceita/aprovada por todos os representantes. (Cf. esquerda.net)
G-20: Reduzir gasto público sem afetar crescimento. Como?
Ao final da reunião, as diferentes posições declaravam a vitória de suas respectivas posições, o que pode indicar que nada, efetivamente, foi decidido de novo. As duas posições que se enfrentaram no G-20 acabaram matizadas no documento final que defende a sustentabilidade fiscal e a redução dos déficits públicos “sem prejudicar o crescimento”. O documento, obviamente, não sugere como essa mágica pode ser feita.
O resultado final da cúpula foi uma mediação entre as posições defendidas pelos Estados Unidos (que não abre mão de investimentos públicos para evitar o aumento do desemprego) e pela Alemanha (a principal defensora da agenda da austeridade fiscal). Do lado dos EUA, os países do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), mais países emergentes como Argentina, África do Sul e Turquia. E, de outro lado, Europa, Japão e Canadá, liderados pela Alemanha.
O objetivo dos países europeus era conseguir a legitimação do G-20 para os duros planos de ajuste fiscal que a maioria deles está implementando internamente, com cortes de salários e pensões e aumento da idade para aposentadoria. Essa agenda está sendo implantada com força na Europa e já enfrenta forte reação dos sindicatos de trabalhadores. (Cf. Carta Maior)
Protestos
Cerca de dez mil manifestantes foram violentamente reprimidos pela polícia a poucos quarteirões do lugar onde se reunia a cúpula do G-20, no centro da cidade de Toronto, Canadá. Os protestos foram organizados por sindicatos e movimentos sociais contra as medidas adotadas na cúpula, que “só favorecem os ricos”. Apesar das promessas de redução dos défices e de austeridade por parte dos governos, não faltou dinheiro para montar o dispositivo de segurança em torno do encontro. O Canadá gastou mil milhões de dólares canadianos e mobilizou 19 mil policiais para a segurança da reunião do G-20. (Cf. esquerda.net)
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Na foto acima de Carlo Allegri/Reuters: “Ativistas da Oxfam (organização internacional de combate à pobreza e injustiça social que atua em mais de cem países) posam como líderes do G8. Como se pode notar, os líderes estão grávidos – ‘prenhes de promessas’ - e se cobrem com a folha do bordo, árvore típica do Canadá, representada na sua bandeira nacional. A Oxfam exortou que os líderes mostrassem suas promessas feitas em reuniões anteriores para confrontá-las com a nulidade das mesmas face à realidade mundial. Da esquerda para a direita: Berlusconi da Itália, David Cameron da Inglaterra, Obama dos EUA, Stephen Harper do Canadá, Angela Merkel da Alemanha, Sarkozy da França, Medvedev da Rússia e Naoto Kan do Japão” (Cristóvão Feil - Diário Gauche)
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