Com o final da Copa do Mundo da FIFA de 2010, na África do Sul, muitas pessoas ficam na expectativa do próximo Campeonato Mundial de Futebol, aqui no Brasil. Bem, mas isto é conversa para outra hora.
O que quero comentar/compartilhar é que – para quem não quer ficar, ingenuamente, esperando curtir os talentos mundiais do futebol – vale, não perder tempo, e se informar um pouco sobre aquilo que está por trás d’ “O Negócio da Copa”, lendo a reportagem de capa da revista Le Monde Diplomatique Brasil (nº 35. Jun 2010). Nesta edição, entre outros excelentes textos, há o artigo “As contas erradas da FIFA”, assinado pelo jornalista David Garcia, por meio do qual se tem uma idéia resumida, não só de sua história, como do show business comandado pela afortunada FIFA (Fédération Internationale de Football Association):
Nesse artigo descobre-se, por exemplo, que a FIFA, fundada em 1904, atualmente é a mais rica das federações esportivas. Afinal, obteve em 2009 um rendimento de 147 milhões de euros, e aumentou seu patrimônio atingindo a bela soma de 795 milhões de euros. A própria federação admite que a sua principal competição revela-se um valor seguro que combina suspense, divertimento e esporte de alto nível, e constitui uma excelente plataforma para as marcas comerciais.
Assim, a FIFA e os seis principais parceiros – Adidas, Coca-Cola, Emirates, Hyundai, Sony e Visa – exploram a grande popularidade do futebol para aumentar seus lucros estratosféricos. E o romance de interesses entre essas marcas e a FIFA já dura 36 anos. As núpcias foram celebradas no dia 11 de junho de 1974, em Frankfurt, durante a Copa do Mundo da Alemanha. Nessa data, a disputa pela presidência da federação foi vencida pelo brasileiro João Havelange com ajuda de um articulador tão discreto quanto eficaz – Horst Dassler, presidente da empresa de material esportivo Adidas França. Com isso, a partir da gestão de Havelange, a federação abriu-se para as multinacionais. Assim, até hoje, no momento presidida por Joseph Blatter, a FIFA – que tem 207 filiados, reunindo mais membros que ONU – sobrevive com financiamentos de todos os lados e, inclusive, com denúncias de corrupção. (Cf. David Garcia)
Diga-se de passagem, explorando o poder de sedução do futebol, a FIFA também tem força para intervir nas questões políticas dos países, como exigir a isenção de impostos para tudo o que está relacionado à tal federação. Como lembra Juca Kfouri, em entrevista publicada na mesma edição do Le Monde Br: “Se o Brasil quer receber uma Copa do Mundo, o brasileiro tem que estar consciente de que vira zona franca para a FIFA durante quatro anos. Nada do que diz respeito à FIFA e aos seus produtos é taxado. Você acha absurdo? Bem, foi assim na Alemanha, na Ásia, nos Estados Unidos.”.
Bueno, isso é só um pouquinho da FIFA footbusiness – que vai se “hospedar” no Brasil.
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