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19.8.10

BNDES, política industrial e outras heresias desenvolvimentistas

Paulo Kliass
Começa a ganhar as páginas dos jornais a briga acirrada entre o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. A face pública da disputa refere-se a quem deve ser apontado como “verdadeiro responsável” pelos efeitos da política de empréstimos praticada pelo BNDES. [...]

O debate, portanto, deve se voltar para qual tipo de retorno que a sociedade espera dos recursos volumosos que são concedidos sob a forma de tais subsídios. E as informações disponíveis apontam para uma excessiva concentração das operações de empréstimos em poucos e enormes grupos empresariais. Estão aí as operações em áreas oligopolizadas como as telecomunicações, a geração de energia, a construção naval, a siderurgia, a mineração, entre outras. E, pouco a pouco, o crescimento de apoio para setores ligados ao agronegócio, como o polêmico caso do setor de carnes.

O que está em jogo é o fortalecimento do que vem sedo chamado de “processo de construção das multinacionais brasileiras”, sempre com todo apoio logístico, diplomático e financeiro do governo federal. Para além da Petrobrás (uma das poucas empresas públicas no conjunto), estão os grupos privados e/ou privatizados como a Vale, os gigantes das telecomunicações, as nossas bem conhecidas enormidades da construção civil e a JBS Friboi, que se tornou a maior empresa do mundo operando no setor de carnes.

Como se vê, a questão é polêmica e complexa. Mas a análise desse tipo de projeto para o País já é assunto para outro artigo.

*Paulo Kliass é Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental, carreira do governo federal e doutor em Economia pela Universidade de Paris 10.

Ler este artigo completo, em Carta Maior - aqui.

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