Jornalistas baianos divulgaram uma carta aberta repudiando os abusos cometidos por programas policialescos na Bahia.
A carta foi emitida após a repercussão nacional, nas redes
sociais, da reportagem Chororô na delegacia: acusado de estupro alega inocência do programa Brasil Urgente, da Band-BA, na qual a repórter Mirella
Cunha humilha um jovem preso por tentativa de roubo.
O vídeo gerou enorme repúdio nas redes sociais, porque a
jornalista acusa o jovem de ter tentado estuprar uma pessoa e faz piadas com o
fato de o detido ter confundido exame de corpo delito com exame de próstata,
além de outras piadas com erros de português do acusado.
A carta aberta assinada por cerca de 50 jornalistas, grande
parte deles da Bahia, foi divulgada (na terça-feira/22) e dirigida ao
governador do Estado da Bahia, Jaques Wagner, à Secretaria Estadual da
Segurança Pública, Ministério Público, Defensoria Pública do Estado da Bahia e
à sociedade baiana.
De acordo com o texto, “provoca a indignação dos jornalistas
abaixo-assinados e motiva questionamentos sobre a conivência do Estado com
repórteres antiéticos, que têm livre acesso a delegacias para violentar os
direitos individuais dos presos, quando não transmitem (com truculência e
sensacionalismo) as ações policiais em bairros populares da região
metropolitana de Salvador”.
Além disso, os autores da carta ressaltam que “a
responsabilidade dos abusos comumente cometidos no Estado não são apenas dos
repórteres, mas também dos produtores do programa, da direção da emissora e de
seus anunciantes - e nesta última categoria se encontra o governo do Estado
que, desta maneira, se torna patrocinador das arbitrariedades praticadas nestes
programas”.
Por fim, o documento pede aos órgãos competentes que
acompanhem o caso e garantam que o acusado tenha seus direitos garantidos e
seja julgado com imparcialidade.
Ler a íntegra desta Carta aberta de jornalistas sobre abusos de programas policialescos na Bahia