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23.6.12

Cúpula dos Povos na Rio+20 * Mandinga para um Mundo Novo


Cúpula dos Povos na Rio+20 por Justiça Social e Ambiental, contra a mercantilização da vida e em defesa dos bens comuns.

Reunindo durante oito dias representantes da sociedade civil em atividades paralelas à Rio+20, a Cúpula dos Povos elaborou e divulgou sua declaração final. Um documento – de quatro páginas e 20 parágrafos – que denuncia a mercantilização da vida e faz a defesa dos bens comuns e da justiça social e ambiental.

“O documento final da Cúpula dos povos sintetiza os principais eixos discutidos durante as plenárias e assembleias, assim como expressam as intensas mobilizações ocorridas durante esse período – de 15 a 22 de junho – que apontam as convergências em torno das causas estruturais e das falsas soluções, das soluções dos povos frente às crises, assim como os principais eixos de luta para o próximo período. As sínteses aprovadas nas plenárias integram e complementam este documento político para que os povos, movimentos e organizações possam continuar a convergir e aprofundar suas lutas e construção de alternativas em seus territórios, regiões e países em todos os cantos do mundo.”

A declaração critica as instituições financeiras multilaterais, as coalizões a serviço do sistema financeiro, a exemplo do G8 e G20, a captura corporativa das Nações Unidas e a maioria dos governos. Além disso, enfatiza o fortalecimento das economias locais como forma de garantir uma vida sustentável e desqualificada “economia verde” (defendida por líderes mundiais e corporações): “a dita economia verde é uma das expressões da atual fase financeira do capitalismo que também se utiliza de velhos e novos mecanismos, tais como o aprofundamento do endividamento público-privado, o super-estímulo ao consumo, a apropriação e concentração de novas tecnologias.” A declaração ainda reivindica o reconhecimento do trabalho das mulheres e afirma o feminismo como instrumento da igualdade e a autonomia das mulheres sobre seus corpos.

E termina destacando oito eixos de luta com uma exortação à mobilização: “Voltaremos aos nossos territórios, regiões e países animados para construirmos as convergências necessárias para seguirmos em luta, resistindo e avançando contra os sistemas capitalista e suas velhas e renovadas formas de reprodução”.