Em The Corporation, entre as transnacionais analisadas/denunciadas, há uma pequena mostra dos impactos políticos, sociais, ambientais e culturais ocasionados pela multinacional Monsanto, sediada em Saint-Louis (Missouri, EUA).
Essa visão é ampliada pela jornalista francesa Marie-Monique Robin que produziu/dirigiu o documentário Le Monde Selon Monsanto (“O Mundo segundo a Monsanto”), o qual ganhou versão homônima em livro (lançado no Brasil pela ed. Radical Livros).
O trabalho de Robin começou com um profundo levantamento na internet, pesquisando em documentos on-line, para evitar possíveis processos movidos pela Monsanto. E se estendeu por três anos de pesquisas em diversos países (entre os quais o Brasil), de investigação em documentos inéditos e testemunhos de vítimas, cientistas e representantes governamentais (entre as fontes estão ex-integrantes da Food and Drug Administration - FDA, a agência responsável pela liberação de alimentos e medicamentos nos EUA).
E assim desdobra uma parte impressionante da história dessa multinacional: fabricante do agente laranja (usado pelas tropas estadunidenses na guerra do Vietnã), do piraleno (químico PCB, conhecido no Brasil como Ascarel, onde foi proibido em 1981), do Posilac (rBGH-BST, hormônio de aumento da produção do leite proibido na Europa) e de organismos geneticamente modificados (OGM).
Contundentemente, o filme revela a influência, o lobby, da Monsanto sobre o governo dos EUA para liberar o plantio de transgênicos no país. Além de destacar a proliferação pelo mundo de suas sementes transgênicas, confrontada com a triste realidade de camponeses endividados com a multinacional, de moradores das imediações das plantações de OGM, de pessoas que sofrem com problemas de saúde ou de variedades originais de grãos de soja, milho e algodão ameaçadas pelas espécies transgênicas.
Tanto o documentário como o livro repercutiram no mundo todo. No Brasil, cabe recordar que a revista CartaCapital, em sua edição de 26 de março de 2008, publicou uma matéria de cinco páginas sobre a produção de Marie-Monique Robin. O resumo desta reportagem publicada na internet, intitulada “Sementes do poder”, descreve que: “Boa parte do trabalho de Robin é dedicada a narrar as pressões sofridas por pesquisadores e funcionários de órgãos públicos que decidiram denunciar os efeitos dos produtos da empresa.”
Imperdível – o documentário pode ser encontrado/visto na web, inclusive no youtube – aqui.
É isso, valeu!
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